Queria ter coisas bonitas para te dizer, nesta
tarde tão monótona. Apenas palavras que preenchessem o vazio quando não estou
contigo. Mas não sou boa com as palavras e acho que nunca vou ser. Elas têm o
dom de fugir de mim. O dom de desaparecer quando eu mais preciso. O dom de me
confundir quando tento entender. O dom de me esvaziar quando é preciso encher.
Já tentei fazer um trato com elas e lhes prometi
ser sempre verdadeira, mas elas são tantas que nem me deram uma resposta.
Algumas ficaram ao meu lado, outras foram voando devagar. E assim, eu nunca
consegui terminar o que eu gostaria de te dizer. E toda vez que eu tento, caio
no mesmo lugar. São tantas palavras que eu não sei quais usar. Mas uma delas me
deu uma dica; na verdade eu nem tinha certeza se poderia confiar, mas
arrisquei. Dei-lhe um voto de confiança.
Seu nome era simplicidade. Ela era tão pequena.
Parecia frágil e indefesa. Tive medo de falar perto dela e faze-la voar. Mas
ela era forte, bem mais forte do que eu podia imaginar. Lutou com o vento que
vinha de minha boca quando lhe perguntei o nome. Tão pequena e ainda assim
carregava muitas coisas consigo. Coisas diferentes das que eu já tinha visto.
Coisas que eu não podia tocar. Era como um abraço forte quando se está com
saudade. Uma lágrima quando está triste. Um coração saltando do peito quando
você vê a pessoa amada. Ela era cheia dessas coisas. Eu mal conseguia olhá-la
por muito tempo. Ela me causava fortes emoções. E assim ela me mostrou o que eu
tinha que fazer.
Palavravinha sábia. Um pouco solitária e às vezes
fora de meus conceitos. Mas foi ela. Justamente ela que me salvou. Ela me
mostrou que eu deveria sentir mais e falar menos. Procurar entender menos e
viver mais. Deixar de tentar demonstrar o tempo todo o que eu sinto e apenas deixar
que isto flúa até você como o perfume de uma rosa. Assim, bem natural. E quando
você sentir não devo lhe perguntar se te agrada. Devo apenas deixar você
responder de volta com as coisas que vi na simplicidade.
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