Eu sempre quis viver um conto de fadas, mas afinal que garota nunca sonhou com isso. Mas conforme crescemos e tomamos conhecimento do mundo, de tudo a nossa volta percebemos que as coisas que sonhávamos e existiam somente em nossos pensamentos não condizem com a realidade. E sempre tentamos culpar alguém por isso. Mas a quem culpar? Não tem.
Esses contos de fadas que fazíamos alusão quando menininhas não existem para algumas pessoas porque elas deixaram de lado os sentimentos devido a vida corriqueira, a preocupação com o trabalho, trabalho e mais trabalho. Não as culpo por isso. Porque muitas vezes agimos quase que impulsivamente e esquecemo-nos de coisas importantes. Só bastaria alguém nos lembrar essas coisas. Mas quem? Todos nos estamos na mesma situação. No mundo percebemos que há muita falta, eu não diria de sentimento, mas de sensibilidade para expressar os sentimentos. As pessoas aparentam ter medo uma das outras, desconfiam de tudo e de todos. E isso acaba por dificultar as relações entre elas.
Quando decidimos deixar um pouco de nossa vida cotidiana e corriqueira de lado passamos a ver realmente aquilo que sempre esteve ao nosso redor. Como os pássaros, as arvores, as flores do jardim. Coisas bonitas que muitas vezes não vemos porque estamos sempre naquela correria do dia a dia . Não é porque vivemos num mundo completamente capitalista que devemos deixar a natureza de lado. Devemos incluí-la em nosso meio da forma que for possível .
Confesso que não dava muito valor a essas coisas simples. Eu olhava pras pessoas já esperando algo delas, avaliando de que forma elas poderiam me ser úteis. Creio que muitas pessoas agem dessa forma. Mas resolvi deixar esse lado observador e avaliador de lado. Ele não seria muito útil mesmo, fora que eu não gostaria nem um pouco que fizessem isso comigo. Bom, foi quando deixei esses costumes de lado que pude me tornar uma pessoa melhor. Mais amigável, compreensiva, atenciosa e outras coisas mais. RS.
Voltando a historia do conto de fadas. Quando deixamos de ver as coisas a nossa volta de forma superficial é que percebemos que o amor, aquele com que sempre sonhamos, sempre esteve ao nosso lado. Não digo que ele sempre estava ali mesmo, mas digo no sentido de que ele estava bem próximo o tempo todo. Agente só tem a mania tola de procurar nos lugares errados. Porque temos o mau costume de julgar e classificar as pessoas e com isso vamos excluindo algumas pessoas de nossa vida, nossos olhos passam por elas despercebidamente.
E foi assim que conheci o meu Príncipe Encantado. Foi meio que sem querer. Eu já tinha desisto de encontrar um tão cedo. Decidi me dedicar aos estudos e tentar mais uma vez o vestibular de medicina. Mas a vida me deu uma rasteira, mas essa rasteira foi boa. Eu realmente gostei.
Idealizamos tanto um amor perfeito de filmes de romance que esquecemos de viver aquilo que temos no real. Perdendo a sensibilidade pelas coisas, perdemos o amor, a paixão, o desejo de descobrir o novo. O desejo de descobrir o outro.
Os amores não mudaram o que realmente mudou consideravelmente foi a forma de amar. As pessoas tem medo de se envolver, de se apegar. Eu creio que contos e fadas existem ainda. Mas são contos modernos. Vivemos num mundo que muda o tempo inteiro. O que era legal hoje, amanha é chato. Com isso tem-se aquela necessidade de buscar sempre coisas novas. As pessoas confundem muito isso com buscar novos amores. Buscar novidades significa preservar aquilo que se tem de antigo aplicando nele coisas novas que te despertem o desejo de continuar com aquilo.
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