A
única coisa que eu sabia era que precisava desabafar, mas não sabia como fazer
isso. Não acharia alguém que tivesse paciência para ouvir meus loucos
pensamentos. E ainda que achasse quem quisesse ouvi-los, acredito que jamais
saberia me dizer algo útil a respeito. Meus pensamentos são confusos para mim,
imagina para outra pessoa. Então eu simplesmente desisti. Desisti de tentar
fazer com que as pessoas me entendessem. Desisti de tentar mostrar a elas meus
pensamentos. Desisti de tentar ser aceita da maneira que sou e fiz aquilo que
mais temia numa pessoa. Me tornei como eles. Como todos eles. Apenas mais um.
Os mesmo pensamentos, as mesmas ideias, os mesmos valores ou seria a falta
deles, os mesmo gostos. Eu já não sabia mais quem eu era; me perdi tentando parecer
normal. Confesso que sinto falta. Sinto falta de quem eu era e tento voltar a
ser como antes. Aquilo sim era ser normal para mim. Ter opinião própria. Ter
pensamentos diferenciados e discutir com as pessoas a respeito deles. E é incrível
como algumas pessoas te acham patética por pensar tão diferente assim. Mas
hoje, somente agora, eu vejo como eu estava certa em todo esse tempo. A
esquisita não era eu. Eu apenas fazia parte de um grupo minoritário que tinha
algo de especial, um cérebro totalmente ativo; uma mente questionadora,
indagadora. Eu não engolia o que colocam a mesa para comer. Eu não fui criada
da mesma maneira. Não aceito ser apenas mais um. Somente hoje vejo meu
potencial. Sei quem sou e aonde posso e quero chegar. Não sei como pude ser tão
cega esse tempo todo. Mas tudo bem. A gente aprende mesmo com os erros. E ainda
bem que há tempo para recomeçar. Vou tentar mais uma vez.
sábado, 15 de março de 2014
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