Vivemos uma época em que
tememos a solidão. A condição de estar só virou o “mal” do século XXI, o bicho
papão do nosso tempo. Numa era em que a cada segundo uma nova tecnologia é
inventada para encurtar distâncias e – teoricamente – aproximar as pessoas, o
que não vale é se sentir esquecido.
Esse temor de ficar
sozinho desenvolveu até aquele tipo de pessoa que sempre está namorando. Não
consegue ficar sozinha, talvez por medo ou insegurança, confunda sentimentos em
troca de ter alguém ao seu lado. Termina um relacionamento e já engata em
outro, não dá nem tempo de curar as cicatrizes do último amor, de se preparar
pra respirar fundo outra vez, e ela já muda o status de relacionamento do
facebook num piscar de olhos.
Parece que é impossível
ser feliz sem uma metade pra te completar. Mas o que os outros esquecem é que
antes de tudo vem o amor próprio, e é por isso que temos que amar também a
nossa solidão. É preciso muito discernimento para não confundir amor com
carência, é preciso muita coragem para não se afundar num poço de dependência
emocional. É preciso estar atento para encontrar pessoas que combinem conosco,
nos compreendam e, acima de tudo, acolham a nossa solidão, para aí partilhar a
solidão um com o outro.
(Laís Montagnana)
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